Amigos enquanto eu não consigo baixar o vídeo aqui pelo tamanho, acessem pelo youtube no link abaixo:
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
sábado, 20 de outubro de 2012
Vi em uma
mensagem certa vez um trecho do consagrado Rubem Alves que dizia:
“Quero ensinar
as crianças. Elas ainda têm olhos encantados. Os seus olhos são dotados daquela
qualidade que, para os gregos, era o início do pensamento...
“...a
capacidade de se assombrarem diante do banal.”
“Para as crianças, tudo é
espantoso: um ovo, uma minhoca, uma concha de caramujo, o vôo dos urubus, os
pulos dos gafanhotos, uma pipa no céu, um pião na terra. Coisas que os eruditos
não vêem.”
Com Rubem Alves
início meu relato , pois é através de pensadores e amantes da arte de educar
que sempre ouvi dizer que até mesmo um pequeno inseto que entra em nossas salas
de aula pode se transformar em uma rica e estimulante situação didática. O que
não podia imaginar é que isso aconteceria na minha prática pedagógica e daria
início a este projeto, que surgiu de uma forma inesperada quando numa tarde, ao
voltarmos da biblioteca, meus alunos e eu,
encontramos na calçada uma pequena e amarela lagarta que realizava
tranquilamente seu trajeto.
Esta foi a primeira lagartinha encontrada na calçada perto da Biblioteca. |
Movida pela
curiosidade de fascinante criaturinha ,levei-a para sala de aula e observamos
toda sua anatomia, os alunos desenharam-na,
a partir de simples observação, para que depois pudéssemos devolvê-la ao seu
habitat natural. Qual foi nossa surpresa
ao chegarmos na árvore de onde supostamente havia saído ,nos depararmos com um rico
laboratório ao céu aberto!
"A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose..."
Rubem Alves
Começou então a
grande aventura: decidimos criar um borboletário e conversamos sobre o que
precisaria para mantermos viva a nossa mais nova amiguinha. Surgiu a ideia de pesquisar
na internet como montá-lo (não encontrei este termo nas pesquisas, mas
combinamos que o nosso assim se chamaria).
Iniciamos as
anotações e durante o processo passamos por uma fase onde uma lagarta furou
outro casulo, matando-o . Acompanhamos outra lagarta que saiu do casulo e foi até
o chão da sala , sendo pisada involuntariamente, afetando em sua anatomia,
dificultando sua transformação, morrendo dias depois .
Diante da comoção dos alunos, houve a
necessidade de abordar esse
assunto, onde cada um refletiu sobre a
situação e expôs sua opinião. Registramos o fato no mapa e a devolvemos embaixo da árvore de onde tiramos.Acompanhamos
também o exato momento em que outra lagarta se fixou no galho, aguardando o
momento de se tornar um novo casulo. Este processo durou aproximadamente duas horas. Esse momento proporcionou uma grande euforia
na turma, que observou atentamente cada movimento dessa transformação.
Acompanhamos na árvore do pátio duas borboletas que copulavam,( os vídeos deste momento, bem como do projeto todo serão postados posteriormente) e dias depois constatamos a
existência de muitos ovos nas folhas, dando início a um novo ciclo na vida desses seres maravilhosos e
mágicos que povoaram nossas mentes durante aproximadamente mais de dois meses.
Pude vivenciar
com o presente trabalho o que Paulo Freire afirmava brilhantemente :
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa
a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
De uma maneira
interdisciplinar, foram realizadas diversas atividades como: a pesquisa de
textos informativos e produção de textos
literários, confecção de livrinho e fantoches, dramatizações de
histórias, realização de dobraduras, situações matemáticas.
Sendo a avaliação parte da construção do
conhecimento, essa ocorreu de maneira contínua e ao final, através de representação artística de um desenho em
cartolina para exposição diante da turma. Na linguagem escrita foi traçado um
paralelo entre o que sabiam antes e o conhecimento construído sobre o assunto.
Para finalizar
gostaria de acrescentar, que muito além dos conteúdos, tive a possibilidade de acompanhar
o interesse dos alunos, sua emoção ao ver
pequenos seres vivos, a demonstração dos sentimentos diante da morte, da
alegria da descoberta ao encontrar cada nova lagarta, o novo casulo ou então
outros insetos e poder expor o que estavam aprendendo. A experiência foi
enriquecida pelo companheirismo entre os alunos e do entrosamento entre eles e
a professora, o apoio incondicional da direção da escola, bem como o interesse
pelos colegas de Instituição. Com essa experiência aprendemos muito , e como
saldo ficou uma lembrança de uma fase maravilhosa de descobertas e
compartilhamento.
Professora : Ana Maria Camillo e os alunos do 3
ano “D”. Turno vespertino. |
Deixo uma ultima
mensagem como despedida do grande Rubem
Alves , educador que tenho grande admiração!
"Não haverá borboletas
se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."
Rubem Alves
Ana Maria Camillo... Educadora acima de tudo...
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